ÜBERMENSCH

Contrariamente ao que se possa pensar, o termo Übermensch não é um neologismo nietzscheano. Como observa Walter Kaufmann, é possível encontrar esta palavra já no livro Geistliche Erquickungsstunden (1664) do teólogo Heinrich Müller (Kaufmann 1974: 307s.). Posteriormente, o termo aparece também em Herder, Jean Paul e Goethe (em particular, na primeira parte do Faust, no v. 490) (Goethe 1986: 16). O escritor grego Luciano de Samósata, acrescenta Kaufmann, havia já utilizado o termo hyperanthropos na sua obra Cataplus (Kaufmann 1974: 307; Babich 2012). Nietzsche, que se tinha formado como filólogo clásico, conhecia muito bem este autor e até possuia a colecção das suas obras completas. (Campioni el al. 2002: 373-381) No entanto, há poucas dúvidas de que foi Nietzsche quem tornou o termo Übermensch num dos conceitos filosóficos mais importantes do século XIX, conceito que exerceu uma grande influência na cultura e até na política do século XX.

O termo Übermensch é composto pelo prefixo über (sobre, por cima de) e o substantivo Mensch (homem). Em português, este termo é geralmente traduzido como “super-homem” (ingl.: superman; fr.: surhomme; esp.: superhombre; it.: superuomo), embora seja possível também encontrar as variantes “sobrehumano” ou “super-humano”. No Brasil, é mais comum ver este termo traduzido por “além-do-homem”, em consonância com a crítica que o filósofo italiano Gianni Vattimo fez da tradução tradicional “super-homem”. Na opinião de Vattimo, esta tradução veicularia uma ideia errada da noção nietzscheana – o termo “oltreuomo” (“oltre” em italiano significa “para além”) seria preferível ao mais comum “superuomo”, pois o primeiro enfatizaria a transcendência do Übermensch nietzscheano em comparação com o homem da tradição. A incapacidade de compreender esta transcendência aproximaria, segundo Vattimo, a maioria das interpretações da filosofia nietzscheana – não somente a leitura nazista feita por Adolf Baeumler, mas também as interpretações de Lukács e de Heidegger (Vattimo 1996: 183s.).

Apesar de Nietzsche utilizar o adjectivo übermenschlich já n’O drama musical grego (conferência pública de 18 de janeiro de 1870; #eKGWB/GMD-1) e na primeira secção de O nascimento da tragédia (1872; #eKGWB/GT-1), a primeira ocorrência do substantivo Übermensch no Nachlass, isto é, nos fragmentos póstumos, data do período novembro 1882 – fevereiro 1883 (sigo aqui a leitura do Nachlass feita por Haase 1984: 228). No seu caderno de notas, Nietzsche escreve: “o nascimento do super-homem” (fragmento póstumo 4[25]; #eKGWB/NF-1882,4[25], trad. nossa). A partir deste momento, o termo Übermensch aparece repetidas vezes no Nachlass (28 vezes só no grupo 4), fazendo a sua primeira aparição nas obras publicadas na secção terceira do Prólogo de Assim falava Zaratustra. No começo desta secção, Zaratustra dirige-se ao povo nestes termos: “Eu vos anuncio o super-homem. O homem só existe para ser superado. Que fizestes para o superar?” (#eKGWB/Za-I-Vorrede-3, trad. modificada).

Não é por acaso que Nietzsche introduz este conceito filosófico em Assim falava Zaratustra. De facto, o Zaratustra (1883-85) é a obra imediatamente posterior à Gaia Ciência (1882), isto é, a obra onde Nietzsche anuncia pela primeira vez a morte de Deus, através da figura do homem louco da secção 125:

O louco saltou no meio deles e trespassou-os com o olhar. “Para onde foi Deus?”, exclamou, “é o que lhes vou dizer. Matámo-lo… Vocês e eu! Somos nós, nós todos, que somos os seus assassinos! Mas como fizemos isso? Como conseguimos esvaziar o mar? Quem nos deu uma esponja para apagar o horizonte inteiro? Que fizemos quando desprendemos a corrente que ligava esta terra ao sol? Para onde vai ela agora? Para onde vamos nós próprios? Longe de todos os sóis? Não estaremos incessamente a cair? Para diante, para trás, para o lado, para todos os lados? Haverá ainda um acima, um abaixo? Não estaremos errando através de uma nada infinito? (#eKGWB/FW-125, trad. modificada)

As perguntas colocadas pelo homem louco mostram claramente que a morte de Deus provoca medo e desorientação. Se Deus representava a base da existência humana (daí a metáfora do sol), sem Ele, esta já não tem sentido, nem finalidade. A consequência é o advento do niilismo, a que faz implitamente referência o “nada infinito” (unendliches Nichts) da última pergunta do homem louco (o termo “niilismo” vem do latim nihil, nada).

É neste contexto bem específico que o Übermensch nietzscheano deve ser enquadrado, como também indica a conclusão da secção segunda do Prólogo do Zaratustra (lembre-se que o super-homem é introduzido na secção terceira), conclusão que faz referência explícita à morte de Deus: “Será possível?”, pergunta Zaratustra, “Este santo velho na sua floresta ainda não ouviu dizer que Deus morreu!” (#eKGWB/Za-I-Vorrede-2). De facto, o super-homem serve – pelo menos, no Zaratustra – para contrabalançar o efeito negativo da morte de Deus e para oferecer à humanidade um novo sentido, um sentido puramente imanente: “O super-homem é o sentido da terra [der Sinn der Erde]. Que a vossa vontade diga: possa o super-homem tornar-se o sentido da terra! / Exorto-vos, meus irmãos, a que permaneçais fiéis à terra [bleibt der Erde treu] e não acrediteis naqueles que vos falam de esperanças supra-terrestres. Conscientemente ou não, são envenenadores” (#eKGWB/Za-I-Vorrede-2, trad. modificada).

O Übermensch oferece uma resposta não somente ao problema da crise do sentido que deriva da morte de Deus, mas também à falta do telos (embora este telos deixe de ser metafísico e passe a ser imanente). “É tempo que o homem se determine um objectivo [Ziel]”, afirma Zaratustra (#eKGWB/Za-I-Vorrede-5): este objectivo é o super-homem. “A grandeza do homem”, acrescenta Zaratustra, “está em ele ser uma ponte e não uma meta” (#eKGWB/Za-I-Vorrede-4) – isto é, uma ponte para algo que ainda deve ser realizado. O imperativo ético de Zaratustra à humanidade poderia ser, portanto, parafraseado conforme a seguinte formulação: “supera-te a ti mesmo” (note-se que o conceito de Selbstüberwindung, ou seja, de “auto-superação” é fundamental não só no Zaratustra, mas também em toda a filosofia nietzscheana) (Pippin 1992). O Übermensch é a figura que Nietzsche utiliza para simbolizar a meta que deve ser visada pela humanidade, uma meta que, coerentemente com o conceito mesmo de auto-superação, não é fixa (não se trata duma hipotética condição última da humanidade), mas opera, antes de mais, como ideal regulativo. Nesta concepção, o homem é definido, segundo a célebre metáfora zaratustriana, como “uma corda estendida entre o animal e o super-homem – uma corda sobre um abismo” (em alemão: Abgrund, outra referência ao niilismo. Grund significa “fundamento”; neste sentido, o Ab-grund estaria a indicar a ausência do fundamento da existência humana) (#eKGWB/Za-I-Vorrede-4, trad. modificada).

A centralidade do conceito de Übermensch no Zaratustra não deriva somente do facto de este proporcionar uma alternativa à falta do sentido e do telos que deriva da morte de Deus. Com efeito, paralelamente à crítica da metafísica e da religião, Nietzsche desenvolve uma crítica radical da modernidade, da sua crise e da sua decadência. É precisamente por este motivo que, no Prólogo do Zaratustra, o super-homem é apresentado conjuntamente com o seu conceito antitético: o último homem (der letzte Mensch), a partir do qual Ortega y Gasset construirá posteriormente a sua crítica do homem-massa (Ortega y Gasset 1989). Zaratustra define o último homem como aquilo “que de mais desprezível existe no mundo” (#eKGWB/Za-I-Vorrede-5). Este tipo de homem – o homem moderno – não tem nenhuma meta, nenhuma aspiração criadora, conformando-se com uma existência confortável e uniformizada:

A terra ter-se-á então tornado exígua, nela se verá saltitar o Último Homem, que apouca todas as coisas. A sua espécie é tão indestrutível como a do pulgão; o Último Homem será o que viver mais tempo. / “Descobrimos a felicidade”, dirão os Últimos Homens, piscando o olho. Terão abandonado as regiões onde a vida é dura; pois precisam de calor. […] Algum veneno de vez em quando, coisa que proporciona sonhos agradáveis. […] Trabalhar-se-á ainda, porque o trabalho distrai. Mas ter-se-á cuidado para que esta distracção nunca se torne cansativa. […] Quem quererá ainda governar? Quem quererá ainda obedecer? São duas coisas demasiado penosas. “Nenhum pastor e um só rebanho! Todos quererão a mesma coisa, todos serão iguais; quem quer que tiver um sentimento diferente entrará voluntariamente no manicómio. (id.)

Apesar da sua fama e, como já dito, da sua influência na cultura do século XX, o Übermensch é um conceito que pertence a uma fase muito limitada da filosofia nietzscheana e que corresponde substancialmente ao período de preparação e publicação das quatro partes do Zaratustra (a partir do já mencionado fragmento póstumo 4[25] do período novembro 1882 – fevereiro 1883 até a publicação da quarta e última parte da obra em 1885). Nos textos posteriores ao Zaratustra, o substantivo aparece só uma vez na Genealogia da moral, n’O Anticristo e no Crepúsculo dos ídolos, e cinco vezes no escrito autobiográfico Ecce Homo. Porém, estas poucas passagens ajudam a compreender melhor o sentido do conceito nietzscheano. O parágrafo 5 da secção Porque sou um destino é, neste sentido, particularmente relevante. Retomando a oposição super-homem/último homem, Nietzsche escreve:

Zaratustra, o primeiro psicólogo dos bons, é – em conseqüência – um amigo dos maus [Bösen]. Se uma espécie-décadence de homem ascendeu à posição de espécie suprema, isso pode acontecer somente à custa da espécie contrária, a espécie forte e segura da via. Se o animal de rebanho resplende no brilho da virtude mais pura, o homem-exceção tem de ser rebaixado [heruntergewerthet] a homem mau. […] ele [Zaratustra] não esconde que o seu tipo de homem, um tipo relativamente sobre-humano, é sobre-humano precisamente em relação aos bons, e que os bons e justos chamariam de demónio o seu super-homem… “Vós, homens superiores, com os quais deparou o meu olhar, eis a minha dúvida quanto a vós, e a minha secreta risada: eu adivinho que ao meu super-homem chamaríeis – demónio! / Tão estranhos sois ao grande, em vossa alma, que o super-homem vos seria terrível em sua bondade…” Por esta passagem, por nenhuma outra, deve-se principiar para compreender o que quer Zaratustra: esse gênero de homem que ele concebe, concebe a realidade como ela é: ele é forte o bastante para isso – ele não é a ela estranho, dela estranhado, ele é ela mesma, ele tem ainda em si tudo o que dela é terrível e questionável, somente então pode o homem possuir grandeza…  (#eKGWB/EH-Schicksal-5, trad. modificada; o texto que Nietzsche cita faz parte da secção Da inteligência humana da seguda parte do Zaratustra).

Esta passagem, na qual Nietzsche interpreta retrospectivamente o Übermensch através do discurso desenvolvido na primeria dissertação da Genealogia da moral (segundo a conhecida hipótese genealógica nietzscheana, a moral cristã tem a sua origem em uma inversão dos valores aristocráticos), mostra claramente como do conceito nietzscheano de Übermensch fazem parte, na sua complexidade e polissemia, aspectos que hoje poderíamos julgar questionáveis e problemáticos. Nietzsche escreve claramente que o género de homem que Zaratustra concebe, concebe a realidade como ela é – isto quer dizer, essencialmente como vontade de poder (cfr. #eKGWB/GM-II-12). Não é de surpreender, portanto, que em seus escritos, Nietzsche asocie o termo Übermensch às duas figuras históricas seguintes: Napoleão (“esta síntese de inumano [Unmensch] e sobre-humano [Übermensch]”, #eKGWB/GM-I-16) e César Bórgia (“um ‘homem mais elevado’, uma espécie de super-homem”, #eKGWB/GD-Streifzuege-37). A este respeito, é importante salientar que o conceito de Übermensch não deve ser suavizado ou moralizado, isto é, privado da sua referência a esse carácter forte, terrível e questionável mencionado na citação anterior (precisamente isto é o que Nietzsche critica à sua amiga Malwida von Meysenbug numa carta de 20 de outubro de 1888; #eKGWB/BVN-1888,1135).

Por outra parte, seria igualmente erróneo interpretar o Übermensch no sentido de um homem superior em sentido biológico-darwiniano. Com efeito, embora algumas passagens possam ser interpretadas neste sentido (a passagem citada frequentemente a este respeito é a seguinte: “Que é o macaco para o homem? Uma irrisão ou uma dolorosa vergonha. Tal será o homem para o super-homem: uma irrisão ou uma dolorosa vergonha”; #eKGWB/Za-I-Vorrede-3, trad. modificada), como já vimos, o conceito nietzscheano faz referência a uma evolução cultural, não biológica. A este respeito, é possível mencionar o caso da secção 200 d’Além do bem e do mal. Nesta secção, Nietzsche contrapõe ao homem fraco, que concebe a felicidade como repouso, não-perturbação e saciedade (o eco do último homem zaratustriano é evidente), “esses homens espantosamente incompreensíveis e inimagináveis, esses enigmas predestinados à vitória e à sedução” (#eKGWB/JGB-200). É indicativo que Nietzsche mencione um artista como Leonardo da Vinci como um dos exemplos desta última categoria.

Além da possível leitura darwiniana do Übermensch, é importante salientar que nada há de mais diferente do conceito nietzscheano do que o mito nacional-socialista da raça ariana (para uma interpretação correcta da expressão “besta loura [blonde Bestie]”, utilizada por Nietzsche na primeira dissertação da Genealogia (I, 11), cfr. Wotling 2009: 291). Neste sentido, o conceito nietzscheano não deve ser confundido com as manipulações fraudulentas que dele foram feitas posteriormente, manipulações baseadas sobre uma leitura distorcida e tendenciosa da filosofia de Nietzsche (Kofman 1994; Golomb e Wistrich 2002; Strong 2006), mesmo que se coloque a questão diferente de uma possível responsabilidade do próprio Nietzsche quanto a esta manipulação (Stellino 2017a).

Por último, assinalamos que outra interpretação errónea do Übermensch é aquela que identifica este conceito com o de homem-deus de matriz dostoievskiana (o novo homem que, depois de ter negado Deus, se torna num novo deus, herdando uma de suas propriedades mais essenciais, isto é, a liberdade moral absoluta: daí o tudo é permitido karamazoviano). Esta interpretação, ampliamente difundida (Stellino 2014; 2015: 145-152; 2017), assenta na suposta deificação do superhomem por Nietzsche. No entanto, uma passagem do discurso Nas ilhas fortunadas (segunda parte do Zaratustra) demonstra claramente que não é essa de todo a intenção de Nietzsche: “Deus é apenas uma conjuntura, mas não quero que as vossas conjunturas ultrapassem a medida da vossa vontade criadora. Poderíeis criar um deus? Pois então não me volteis a falar dos deuses! Poderíeis, contudo, criar o super-homem” (#eKGWB/Za-II-Inseln, trad. modificada). Consoate argumenta Heidegger na sua leitura da expressão nietzschiana “Deus está morto”, aqueles que interpretam o Übermensch no sentido de um novo deus esquecem a diferença de estatuto ontológico existente entre Deus e o homem (Heidegger 2003).

Bibliografia

Os textos de Nietzsche são citados segundo a Digitale kritische Gesaumtausgabe, isto é, a versão digital da edição crítica alemã das obras completas de Nietzsche editadas por Giorgio Colli e Mazzino Montinari, disponível em linha (http://www.nietzschesource.org/). Cada referência indica a obra, a parte e a secção da obra – ou, no que diz respeito ao Nachlass, o ano do fragmento póstumo e o número que o identifica. Por exemplo, #eKGWB/GM-I-1 indica: Genealogia da moral, primeira dissertação, primeira secção. Esta referência é a parte final do url completo: http://www.nietzschesource.org/#eKGWB/GM-I-1. Conforme a este modelo, para localizar cada passagem citada, é suficiente acrescentar a referência à primeira parte do url. As traduções portuguesas utilizadas são indicadas na bibliografia que segue.

Babich, B. (2012), “Nietzsche’s Zarathustra and Parodic Style: On Lucian’s Hyperanthropos and Nietzsche’s Übermensch”, Diogenes 58 (4), pp. 58-74.

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Como citar este artigo

Stellino, P. “Übermensch”. Dicionário de Filosofia Moral e Política (2019), 2.ª série, coord. António Marques e André Santos Campos. Lisboa: Instituto de Filosofia da Nova, URL: <http://www.dicionariofmp-ifilnova.pt/ubermensch>.


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DOI: http://doi.org/10.34619/0se1-mq96


Publicado em: 28 de Junho de 2019


Paolo Stellino

FCSH, Universidade Nova de Lisboa

<paolo.stellino@fcsh.unl.pt>